Refletindo sobre a mulher de Jó, quando ela lhe disse: “amaldiçoa este teu Deus e morre”, fiquei a pensar no que levou aquela mulher a dar esse conselho.
Imagino que ela conhecia o seu marido o suficiente e observava a fé e a maneira justa como ele vivia.
Como temia a Deus e era uma pessoa de bom testemunho. Logo, é como se ela dissesse: “meu marido, não vale a pena ser fiel, você se ferrou servindo e temendo a esse teu Deus.
Agora perdemos tudo!” Em um momento da minha história, essa voz ecoou no meu coração, quando fiz uma retrospectiva da minha vida e o quanto procurei servi-lo com fidelidade e o preço que paguei para manter-me íntegra em sua presença.
Mas isso não me poupou de perdas, de frustrações, de traumas. Não me poupou de viver circunstâncias que passei a vida inteira tentando evitar. O que eu temia me aconteceu. Mera coincidência? Não! O justo passa por provações, mas elas cessam.
Não importa o tempo que temos que esperar, o importante é não tentar olhar para nossa justiça, rejeitar, com todas as forças, a tendência de duvidar do cuidado e da fidelidade de Deus diante de um caos instalado em nossa história, que veio sem avisar, sem pedir licença.
Jó conseguiu sobreviver à sua própria justiça. Ele conseguiu subir de nível, conseguiu ver o Senhor, com a Sua Justiça, restituindo tudo que lhe foi tirado. Sua sorte foi mudada, seu fim foi muito mais próspero do que o seu começo.
Deus está acima da nossa justiça própria
Ele venceu a tentação e não “chutou o pau da barraca” quando tinha todos os motivos para isso. Viveu as fases da provação, provou sua humanidade, descobriu suas deficiências, expôs duas carências. Ele se expôs.
Não há tratamento sem exposição. Esse é outro aspecto que tentamos evitar. Ele ficou cheio de chagas, malcheiroso, as pessoas se afastavam dele. Quantos sentimentos juntos: falência financeira, perda de todos os filhos, perda da saúde, julgamento dos amigos, perda do prestígio social.
O homem que tinha todos os motivos para abandonar o Senhor, soube aproveitar a experiência para aproximar-se ainda mais do Seu Deus!
Nesta caminhada, quando olhamos as nossas perdas, mesmo vivendo uma vida que agrada a Deus, o nosso desafio é contra a nossa própria justiça, é contra o sentimento de autocomiseração, o sentimento de que isso jamais poderia acontecer conosco, pois nos baseamos em nossa fidelidade.
Um convite a olhar para os propósitos divinos
Mas eu quero olhar para os propósitos divinos, olhar para o futuro e decidir permanecer fiel, a despeito de toda e qualquer circunstância. Sei que o dia da restituição chega e todas as dores terão valido a pena diante da alegria que me espera.
O dia em que tudo se descortinará e eu direi: ‘Bem sei que tudo podes, Meu Amado, e nenhum dos Teus planos é frustrado’. O dia em que minhas vestes serão trocadas, minha sorte será mudada e a honra será dupla numa casa que terá glória maior!
Fale com Deus agora e tome uma atitude, de hoje em diante, a partir do que você acabou de ler.